Queridos amigos trabalhadores e trabalhadoras,
É com sentimentos de amizade e companheirismo, sob a inspiração da Campanha da Fraternidade deste ano, que nos propõe o tema “Fraternidade e Ecologia Integral”, que nós, da Pastoral do Trabalhador e demais Pastorais Sociais da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, nos dirigimos a você, trabalhador e trabalhadora.
Hoje, 1º de maio de 2025, nós, da Pastoral do Trabalhador da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, comemoramos o Dia do Trabalhador e celebramos a festa de São José Operário, protetor da Sagrada Família, da Igreja e patrono dos trabalhadores. Unimo-nos aos movimentos de trabalhadores para reafirmar a dignidade e a grandeza do trabalho humano, recordado os 139 anos dos acontecimentos de Chicago, que deram origem ao Dia Mundial do Trabalho.
Em comunhão com nosso Arcebispo e toda a comunidade arquidiocesana, buscamos ser presença animadora no mundo do trabalho. Reconhecemos a dedicação e o esforço de cada trabalhador e trabalhadora, sejam assalariados, autônomos ou desempregados, pois o trabalho é a força vital que sustenta a sociedade e constrói o futuro. Pois, “O trabalho é uma necessidade, parte do sentido da vida nesta terra, caminho de maturação, de desenvolvimento humano e de realização pessoal” (Laudato Si’, n. 128).
A festa do 1º de maio nos desafia a reconhecer a importância do trabalho e dos trabalhadores na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, num contexto contemporâneo, em que enfrentamos desafios como a automação, a inteligência artificial, a precarização das relações de trabalho e a tensão entre vida pessoal e profissional. Por isso, destacamos a necessidade de promover a igualdade e a inclusão, construindo ambientes de trabalho livre de discriminação, que valorize a diversidade e garanta oportunidades para todos. Francisco alerta que: “É necessária uma política centrada na dignidade humana e não sujeita à economia” (Fratelli Tutti, n. 168). Pois, “o ambiente humano e o ambiente natural se degradam juntos, e não poderemos enfrentar adequadamente a degradação ambiental se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a degradação humana e social” (Laudato Si’, n. 48). Assim, reafirmamos a importância de buscar sempre mais os direitos trabalhistas, e, também, a preservação da Casa Comum, por que “Não há duas crises separadas, uma ambiental e outra social, mas uma única e complexa crise socioambiental” (Laudato Si’, n. 139).
Neste dia, renovamos nossa esperança em um futuro onde o trabalho seja fonte de realização pessoal e social. Pois, “O trabalho deveria ser o âmbito da realização múltipla das diversas dimensões da vida” (Laudato Si’, n. 127). E o “O isolamento e o fechamento em si mesmos ou nos próprios interesses jamais são o caminho para redescobrir-se a si próprio “ (Fratelli Tutti, n. 87), pois, “O amor constrói pontes e nós fomos feitos para o amor” (Fratelli Tutti, n. 88). A justa distribuição dos bens gerados pelo trabalho e o cuidado com o meio ambiente devem caminhar juntos. “Tudo está conectado” (Laudato Si’, n. 240), e a sustentabilidade é inseparável da justiça social.
Somos chamados a ser Peregrinos da Esperança nesta Igreja Sinodal que caminha na comunhão, participação e missão, anunciando uma sociedade mais fraterna, à luz do mandamento evangélico: “Todos vós sois irmãos” (Mt 23,8).
Um forte abraço fraternal no Cristo Ressuscitado, penhor de vida nova, e conclamamos a todos a viverem a realidade do trabalho sob a luz do Evangelho que nos foi transmitido pelo Papa Francisco em seu Pontificado.
Assinam esta carta as Pastorais Sociais da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.